segunda-feira, 30 de março de 2009

Sonhos (Im)Perfeitos

"I have a dream..."

A realidade não é perfeita, mas os sonhos podem ser.
O nosso inconsciente mistura os nossos desejos actuais com os desejos antigos, adiciona-lhes a nossa personalidade e sentimentos, leva ao forno durante o sono e voilá!
Obtemos um sonho quase perfeito.
Sim, quase perfeito, porque nem os sonhos são perfeitos.
E então sonhamos.
O rapaz que amamos finalmente apercebe-se que nos ama e dá-nos um daqueles beijos de filme (podemos até jurar que sentimos os arrepios e os seus lábios!); os nossos amigos estão todos juntos a nós a rir, com a felicidade estampada no rosto; o nosso clube de futebol ganha um jogo importante; amigos imaginários tornam-se bem reais; os nossos doces preferidos vendem-se em todas as lojas; as pessoas dão-nos atenção e compreendem-nos; a vida parece perfeita.
Mas é aí que batemos com a cabeça no móvel e acordamos.
Olhamos em volta e o rapaz não está lá pronto para mais um beijo de tirar o folêgo; os amigos têm a sua vida igualmente imperfeita; o nosso clube até jogou bem mas a vitória escapou; os amigos imaginários continuam tão invisíveis como antes; os nossos doces preferidos são sempre os mais difíceis de encontrar; as pessoas continuam a viver as suas vidas tentanto ser compreendidas; a nossa vida parece perfeita de tão imperfeita.
E pensamos: "porque não pode ser como no sonho?"

E simplesmente compreendemos que a vida só é perfeita com as suas imperfeições.
Então para que servem os sonhos?
Para nos dizerem que podia ter sido assim, que a vida podia ser diferente, que podemos fazer perfeição da imperfeição, que não é tarde demais.

Um beijo tão perfeito de imperfeito, de tão sonhado que é.



H.N.

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