sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Memórias de um filme

"All of my memories keep you near,in silent moments,imagine you'd be here.
All of my memories keep you near,in silent whispers, silent tears."

Tenho sido assombrada por memórias.
Memórias dos simples dias que passaram mas que sempre tinham algo de especial por mais pequeno que fosse.
Memórias sobre ele.
As viagens no autocarro são as cenas de comédia romântica de um filme para ver numa tarde de Inverno em frente à lareira.
As minhas mãos geladas provocando arrepios nas mãos quentes dele; os sorrisos que trocavamos sem sabermos bem por quê; o silêncio dos olhares que faziam o coração bater desalmadamente; as conversas sem sentido para a cabeça mas com sentido para o coração; os toques suaves e leves que trocávamos; as despedidas que o faziam rir mesmo quando já estava na rua; a forma querida com que conseguia acabar com as piadas dos seus amigos sobre nós; apenas esses simples momentos que para sempre guardo no coração.
As cenas de acção ficavam-se pela escola.
As fotos que lhe tirava discretamente; as vezes que lhe levei a mochila e escondia-me enquanto ele me procurava por todo o lado; aparecer ao lado dele com a camisola dele vestida e ele ver o sorriso surpreso dele; dar-lhe um abraço que o deixava completamente vermelho e ir-me embora como se nada fosse; chatea-lo e provoca-lo com tudo e nada; viver cada dia com algo partilhado com ele.
Mas como em todos os filmes, há sempre o drama.
O último dia de aulas daquele ano passa vezes em conta na minha cabeça.
Não consigo tirar a imagem dele a passar por mim sem sequer olhar para trás; não consigo parar de ouvir as palavras ditas pelo amigo: "destino, é o destino"; não consigo acabar com a sensação de ir a correr com os olhos cheios de lágrimas e ser agarrada e abraçada por quem sempre esteve a meu lado; não consigo evitar sentir um nó na garganta e as lágrimas a cairem-me pela face; não consigo afastar o meu pensamento dele.
São as memórias do dia em que o meu coração se partiu em infinitos pedaços.
O tempo passou mas o vento nada levou.
Os meus sentimentos por ele continuam.
As saudades são uma dor terrível mas que suporto todos os dias.
Guardo a esperança de que um dia voltaremos a estar juntos.
A vida não é fácil e o amor segue-lhe os passos.
São memórias difíceis de apagar e que sempre vou guardar.

H.N.


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Mentira

"It's a beautiful lie,it's the perfect denial,such a beautiful lie to believe in,so beautiful..."
Ocultar a verdade, é o que muitos lhe chamam.
Proteger alguém, dizem outros.
Não contar tudo, outros inocentemente dizem.
Mentir, só dizem os mais corajosos.
A mentira que começa por ser inocente torna-se num monstro da vida de vários, pois a mentira pode entrar na vida de muitos em pouco tempo.
Porque contamos mentiras?
Até as mesmo as mais inocentes?
Medo, orgulho, frustração, humilhação, protecção, falta de coragem?
Ou todos estes motivos e muitos mais?
Não conseguimos evitar mentir em certas situações.
Nem sequer conseguimos passar um dia sem mentir.
Alteramos um pouco acontecimentos, contamos as coisas como elas não foram, enganamos alguém para ganharmos algo, dizemos coisas que não sentimos para nos livrarmos de algumas pessoas, mentimos por mentir.
Faz parte de nós.
Nasce connosco, cresce connosco e morre connosco.
Mas e quando descobrem as mentiras, até as mais inocentes?
Há quem perdoe, há quem fique magoado, há quem corte relações, há quem grite connosco mas acabe por nos perdoar, há quem nunca mais nos queira ver.
A mentira acaba sempre por nos magoar também a nós.
Outra questão que se impõe é:
Será que a vida é também uma grande mentira?
A maior de todas?
Vejamos: não temos a certeza de onde viemos nem do que fazemos aqui, não sabemos o que é real ou irreal, não temos conhecimento de se somos os únicos num Universo tão grande, nem compreendemos porque algumas coisas são da maneira que são.
Há imensas coisas que não sabemos e que talvez nunca venhamos a descobrir.
Tudo isto pode ser uma mentira.
Uma bela mentira.
Quantas coisas os "grandes senhores do Mundo" já nos ocultaram?
Quantas mais nos irão ocultar?
Mas um Mundo sem mentiras seria como um filme sem enredo.
Seria um Mundo onde todas as verdades eram ditas.
Verdades que não deviam ser descobertas, verdades que há muito deviam ser ouvidas, verdades que iriam magoar.
Porque apesar de todo o mal que a mentira carrega, há mentiras que são ditas por bem.

Beijo verdadeiro no meio
deste Mundo mentiroso,
H.N

sábado, 24 de janeiro de 2009

Segredos - os bichinhos

"I'll keep you my dirty little secret, don't tell anyone or you'll be just another regret, hope that you can keep it..."

O que é guardar um segredo?
É contar algo a uma pessoa e pedir-lhe para não contar a ninguém?
É contar algo a 2 ou 3 pessoas e pedir que não contem a ninguém?
É contar algo a amigos e conhecidos e pedir-lhes para não contarem a ninguém?
Ou é algo que não contamos a ninguém e guardamos só para nós?
Segredos todos temos.
Contá-los a alguém, poucos o fazem.
Guardá-los ninguém consegue.
O segredo é um bichinho dentro de nós.
Um bichinho tímido que não quer conhecer ningué,.
E nós cuidamos dele.
Alimentamos-o com os nossos receios, dúvidas, alegrias, tristezas, emoções e sentimentos de todos os tipos.
Criamos-o durante dias, semanas, meses e até anos.
Mas há sempre um dia em que esse bichinho chamado segredo quer tornar-se livre e sair de nós.
Então aí começa a comichão.
Uma comichão interior que primeiro tentamos coçar para evitar que o segredo escape, mas, depois, quando se começam a notar as marcas e as feridas de tanto coçar desistimos e deixa-mos o segredo fugir e ir refugiar-se num novo ser, numa nova pessoa.
Apesar de o segredo não ser dessa pessoa, tudo começa de novo. Todo o crescimento, desenvolvimento, comichão e fuga se repetem.
E o segredo deixa de o ser.
Passa a ser mais uma coisa que aconteceu na vida de alguém e deixa de ter a importância que tinha quando ainda era um segredo.
É inevitável.
Nasce, cresce, vive e morre.
Tal como um bichinho.
E nós estamos recheados desses bichinhos; recheados de segredos.
Segredos: começam no que são, alimentam-se de nós, transmitem-se, alimentam-se dos outros, deixam de o ser e, finalmente, morrem.
Segredos, os nossos bichinhos interiores.
E agora pergunto-me: afinal para que servem?

Um beijo segredado ao teu ouvido,
H.N.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Sentir

"The Only Way That I Know How To Feel..."

Preciso de sentir.
Sentir afecto e carinho.
Não importa de quem, só quero sentir.
Um simples toque na face, um abraço, uma cabeça encostada no ombro, uma mão pousada nas pernas, um braço à volta do pescoço, uma mão a sentir a suavidade dos cabelos, uma cabeça deitada no colo.
Simples toques que fazem uma grande diferença.
Simples toques que nos alteram o dia e o humor.
Simples toques que nos fazem sorrir.
Simples toques que nos deixam surpresos.
Simples toques que nos fazem sentir.
Sentir conforto, carinho, afecto, amizade, um sentimento maior, um simples gostar, arrepios que nos percorrem o corpo, um calor interior que nos faz corar.
Apenas sentir tudo num só momento, num só toque.
O toque que necessitamos, o toque essencial, o toque que nos altera, o toque que nos faz sentir, o toque que nos faz viver.

Um toque nas tuas bochechas suaves,
H.N.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Perder...

"We're meant to lose the people we love.
How else we know how important they are to us?"

Será que já perdi alguém?
Quem são as pessoas que perdemos?
São as que morrem?
São as que nos abandonam?
São as que abandonamos?
São as que continuam junto a nós mas que já não são as mesmas connosco?
São aquelas que nunca tivemos mas sentimos que sim?
Quem são?
Mas a dúvida é: será que o perdi?
Não se pode perder algo que nunca se teve.
Eu nunca o tive, mas sentia que sim.
Sentia que ele era meu, que mais ninguém o poderia ter.
Mas a verdade é que não era meu.
Então, será que o perdi mesmo?
Não sei o que é perder, mas tenho medo de um dia perder alguém porque sei que vai ser doloroso.
Mas se não sei o que é perder, como posso saber que é doloroso?
Isso leva-me novamente à questão:
será que já perdi alguém?
Se sim: quem foi e porquê?
Se não: porque sinto que sim?

Beijo perdido no ar,
H.N.

Saudades

Querido Tu,

Não sei bem quem és, ou o que és, mas sinto que me podes ajudar e que me vais ouvir e tentar compreender.
Deve ser por ser adolescente que tenho tantas dúvidas e conflitos na minha cabeça. É horrível!
A escola é detestável. Detesto aquilo!
Já nada é igual, nem eu sei se contínuo a mesma.
É só trabalho, estudo, trabalho, estudo e não se vê resultado nenhum.
Mas por muito que custe tenho de tentar.
Pela 1ª vez acho que não estou apaixonada, apesar de ainda sentir algo por alguém muito especial, já não sei se é amor.
Tenho tantas saudades dele. Quando penso nele, quando passo por ele de manhã no carro, quando ele entra no MSN, quando vejo fotos, quando relembro momentos que passámos juntos, sinto um aperto tão grande no coração que sinto que vai parar.
Mas tenho de me mentalizar que acabou. Tudo o que acontecia antes acabou e não vai voltar.
E o amor que senti por ele durante mais de 3 anos, se ainda não acabou, vai ter que acabar.
Mas não sou assim tão forte e só me apetece correr para ir ter com ele, abraça-lo e dizer-lhe o quanto gosto dele e as saudades que tenho.
Habituei-me a gostar dele e já não sei como parar. Já nem sei o que é sentir amor por alguém, tenho os sentimentos e as emoções todos baralhados.
Como é amar alguém de novo?
Como é ser amado por alguém?
Como é quando ambos nos amamos?
Como é sentir isso?
Ainda não sei, não sei se irei descobrir assim tão rapidamente.
Por enquanto fico na dúvida se amar e ser amado é possível ou se é tudo uma grande fachada.
Nunca cheguei a ter certezas de se o ursinho (vou referir-me assim ao tal rapaz) gostou de mim.
Desconfio que sim pois ele dava sinais disso. Mas gostava que ele me tivesse dado certezas.
Será que algum dia "isto" me irá passar?
Mas quando?
Não aguento mais estas saudades e pensamentos confusos.
Saudades,a 7ª palavra mais difícil de traduzir e que só existe na Língua Portuguesa.
Saudades, o que tenho sentido descontroladamente.

Beijo com uma lagrima de saudade,
H.N.