quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Serás sempre o meu Ursinho

"Without you, I live it up a little more everyday"

Era uma vez uma princesa que guardava no peito um grande amor e na alma uma teimosa esperança. Todos os dias o seu mundo era preenchido de cor pelo seu princípe encantado que desconhecia o quanto ela o amava e o quanto ele significava para ela.
Até que um dia o mundo da princesa se tornou preto e branco.
Sem saber, ele errou e partiu-lhe o coração.
Essa princesa sou eu e esse coração ferido pertence-me.

Bastou uma pequena frase para estragares tudo de belo que eu imaginava.
Não foi preciso dizeres "Não te amo", apenas foi preciso desviares o teu olhar do meu e dizeres "Não, não a conheço" ao teu colega.
Ao fim de tantos anos, em que nos conhecemos, tu tiveste a cobardia de não me olhar nos olhos. Tiveste a cobardia de dizer que não me conheces.
E eu, nesse momento, perguntei a mim mesma "Porquê?".
Não cheguei a nenhuma conclusão.
E nesse dia o meu coração foi destroçado e eu soube que não valia a pena amar-te. Eu soube que tu não valias a pena.
E uma decisão foi tomada.
Uma corda atada ao meu coração apertava-o cada vez com mais mais força e sufocava-o.
Sufocava-o de amor por ti.
Mas a tua atitude provocou uma dor maior do que o sufoco da corda.
E apenas me restou uma solução. Tomar uma decisão.
Soltar a corda.
Lentamente o nós que a mantinham apertada foram desfazendo-se e deixando o meu coração voltar a bater aos poucos.
A cada dia que passava por muito que eu quisesse olhar, falar, sorrir e tocar-te, a minha força de vontade foi sempre mais forte.
Doí-a estar a desistir de ti ao fim de tanto tempo, mas era o melhor a fazer.
Agora passo por ti e és apenas mais uma pessoa entre a multidão.
Já nada em ti faz a minha pele se arrepiar, a minha gargante secar, o meu coração bater.
Antes quando nos cruzáva-mos tu olhavas em frente e eu direccionava o meu olhar para o chão com medo de te encarar.
Hoje aconteceu o oposto.
Quando tu me viste baixas-te o olhar para o chão e não te atreveste a olhar-me e eu, olhei em frente sorrindo.
Chama-se seguir em frente.
Foste o único rapaz que amei. Foste o meu primeiro amor. Foste bastante especial.
Foste e serás sempre o meu Ursinho.
E por isso permanecerás sempre no meu coração, mas como uma recordação.
Tu foste um passado, um passado bastante doce, mas agora é tempo de encarar o futuro e viver o presente.
E devo dizer que estou bem sem ti.

Mas um coração partido encontra sempre uma solução.
E a solução da princesa foi deixar o seu amor voar com as folhas de Outono.
A sua decisão foi viver.

Um último beijo para ti, meu Ursinho,


H.N.




quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Dias de Chuva

"So bring on the rain, and bring on the thunder."

"Hoje está um dia bonito, está sol!"

Dizem que os dias de sol são bonitos e que os de chuva são feios.
Dias de chuva são feios, tristes, medonhos.
Eu não concordo.
Os dias de chuva para mim são belos, melancólicos, uma mistura entre a alegria e a tristeza.
Cada pingo leve, gelado e cortante que se perde entre tantos outros iguais, é como uma lágrima pesada, quente e angustiante.
Os dias de chuva são o meu reflexo.
Cada superfície molhada por essa água cristalina vinda do céu é como uma alma que se liberta e é limpa de todas as suas amarguras.
Cada nuvem escura e tenebrosa que preenche o céu é como um pensamento frustrado que rebenta e nos escapa por entre os lábios.
Cada cheiro a molhado que nos entra pelas narinas, infiltrando-se no nosso ser e tornando-se irresistível, é como o perfume de alguém especial.
Cada trovão que explode sobre as nossas cabeças é como um grito que há muito tempo está preso na nossa garganta e finalmente se libertou.
Cada raio que aparece e rasga o nublado tão rápido como desaparece, é como os momentos que não voltaremos a ter.
E cada som emitido pelo leve pingar, pelo rebentar do trovão, pelos passos molhados, pelo vento nas árvores, é como o bater do coração.
Os dias de chuva trazem-me memórias e músicas calmas ao pensamento.
A melancolia toma conta de mim.
Todos os ingredientes dos dias de chuva fazem o meu coração bater mais depressa a cada minuto, a minha mente embarca numa roda viva, o ar escapa-me dos pulmões, a voz prende-se na garganta, o mundo deixa de existir.
Preciso de voltar a sentir.
E é entre pingos frios e fortes que me molham os cabelos, o vento que sopra gélido na minha face, os trovões a ribombar por cima da minha cabeça e o cheiro a molhado a embrenhar-se no meu espírito, que eu me encontro.
Fecho os olhos, abro os braços e sorrio para o céu.
Sinto a fúria da Natureza invadir-me por completo.
E no fim, quando tudo abranda, sinto-me nova.
Sinto-me viva.
E quando o sol começa a espreitar por entre as nuvens cinzentas, o meu sorriso mantém-se.
Como os dias de sol, também os de chuva são belos.
E cada novo dia em que temos a oportunidade de abrir os olhos e encará-lo, é para ser enfrentado com um sorriso.
Porque são de sorrisos que são feitos os dias.
Porque são de sorrisos que é feita a vida.
Faça sol ou faça chuva.

Um beijo na chuva,

H.N.

sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Reencontro

"The story's far from finished,we could fill in all pages."

Foi num momento de riso que olhei em frente.
Foi num momento que os meu olhar bateu nele.
Foi num momento que o meu mundo parou.
Foi num momento que ao som do coração tudo voltou.
Foi assim que um ano depois o voltei a ver e a ter na minha vida.


Eu estava a rir de alguma piada e quando olhei em frente apenas o vi parado com ar perdido no meio de uma escola ainda desconhecida para ele.
O meu riso deu lugar a um largo sorriso e as vozes de quem comigo falava começaram a distanciar-se.
Naquele momento só ele, eu e o bater descontrolado do meu coração existiam.
Um ano inteiro sem ver a sua imagem, sem tocar a sua suave pele, sem ouvir a sua voz serena, sem sentir o cheiro do seu perfume, sem o sentir junto a mim.
E agora ali estava ele, parado na minha frente, tornando tudo mágico outra vez.
Um passo.
Não o podia deixar ir! Queria que aquele momento durasse mais.
-F!!
A minha voz escapou por entre os lábios, pronunciando o seu nome.
E no instante seguinte congelou, ao sentir os seus olhos verdes encararem a minha face rosada.
Parei de sorrir, sem saber o que fazer. Não era suposto tê-lo chamado, não era suposto ele me ter visto, não era suposto ele me olhar docemente, não era suposto o meu coração bater descontroladamente!
E novamente o meu mundo parou, o ar faltou, a pele se arrepiou, o coração rebentou e o sorriso voltou.
Aqueles olhos verdes brilhantes olhavam os meus, um sorriso preenchia a sua face e a sua mão para mim acenava.
-Olá!
Uma simples palavra acompanhada de um sorriso perfeito bastou para me derreter.
E com o mesmo sorriso ele voltou-se e seguiu o seu caminho por entre a multidão.
"I'm feeling sick, you're so contagious". Vezes sem conta esta frase estava a ser cantada na minha cabeça.
E com um sorriso idiota e apaixonado, fiquei a olhar para o local onde ele estivera parado a acenar.
E percebi que o que sinto por ele nunca desapareceu, apenas estava guardado à espera de um momento como este.
Um momento que marcasse o nosso reencontro.
O momento que marcasse o reencontro de dois corações.

-Ele acenou-te e sorriu!
-Tão querido!
-Quem é ele?
E com um sorriso nos lábios, um brilho no olhar e o coração nas mãos apenas respondi:
-Ele? Ele é O Tal.


Um beijo oculto nesse momento,

H.N.

sábado, 26 de setembro de 2009

Divulgação iniciativa do BSB Portugal

Vamos todos divulgar uma iniciativa do site BSB Portugal, dirigida a todos os fãs dos BackStreet Boys que irão estar presentes no concerto em Lisboa no dia 30 de Outubro? :p

"Dia 30 de Outubro cada um de nós vai erguer durante uma música dos Backstreet Boys, I Want It That Way , um cachecol de Portugal. Divulguem a ideia ao máximo. Juntos podemos tornar este concerto memorável."

Peço que divulguem a mensagem através do vosso blog, site, twitter, mail ou mesmo em conversa!
Mesmo que não sejas fã da banda divulga a quem conheças que seja!

Obrigado a todos! :D

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Realidade Sonhada

"So everyday I find a little something to remind me, no matter how I try I can't put the past behind me"

A minha antiga escola.
Continuava tudo na mesma. Tudo como eu estava habituada.
O brilho nos meus olhos mostravam o quanto eu estava feliz por voltar lá.
Entrei e logo encontre a M que veio ter comigo e me abraçou.
Não a via à tanto tempo, tinha tantas saudades.
"Ficaste na minha turma! Vou apresentar-te o novo pessoal".
Sorri. O "novo pessoal", os meus novos companheiros de turma. Os meus amigos não estavam lá, os meus antigos colegas de turma também não.
Segui a M que me agarrava na mão e me apresentou a duas raparigas que eu não conhecia.
Não ouvi o nome delas, estava mais preocupada em encontrar as outras pessoas de quem tinha saudades.
Reparei num papel afixado na parede.
Aproximei-me e li-o.
A lista das turmas.
Procurei a minha nova turma e li os nomes até que..."F.D.C.M."
O coração caiu-me aos pés.
Ele estava na minha turma.
Não podia ser, eu não ia aguentar!
A M viu a minha cara de choque e aproximou-se de mim.
"Porque é que não me disseste que ele está na nossa turma?"
"Desculpa, eu não sabia como te dizer..."
"Eu não devia mesmo ter vindo"
Foi nessa altura que reparei no que tinha vestido.
A tapar as minhas calças jeans e a minha t-shirt tinha uma capa escura.
E a esconder os meus cabelos dourados tinha uma toalha enrolada na cabeça.
Comecei a andar sem rumo pelos corredores que tão bem conhecia, sempre seguida pela M e as outras duas raparigas.
Choquei com alguém.
Um miúdo que olhou para mim e abriu um enorme sorriso.
"Que estás aqui a fazer?"
E ao dizer isto abraçou-me.
Retribui o abraço e segurei a vontade que tinha de chorar.
"Tive tantas saudades tuas J!" disse-lhe.
Olhei para a o sorriso dele e sorri.
Ouvi o toque da campainha.
A M chamou-me e eu segui-a em direcção à sala de aula.
Parei à porta da sala e vi a M entrar junto com outros alunos.
"Não vens?" perguntou ela.
"Não consigo..."
"Tens que vir. Tens que enfrentar."
Com receio entrei na sala.
Olhei em redor e os lugares que estavam disponíveis já estavam marcados com malas em cima das mesas.
Em pânico olhei para a turma e vi a R, uma amiga da nova escola, sentada.
"Que estás a fazer? Arranja lugar rápido!" ela disse.
Encontrei uma mesa vazia e sentei-me.
Mexia as mãos nervosamente enquanto esperava que ele entrasse pela porta e me visse ali, onde não era suposto estar.
Olhei para a rapariga sentada ao meu lado. Não a conhecia.
Ela olhou para mim, sorriu e disse que tudo ia correr bem.
Então eu sorri e retirei a toalha que escondia os meus cabelos e a capa que cobria a minha roupa caiu no chão.
Olhei a turma com um sorriso nos lábios e só parei o olhar na porta.
Ele acabava de entrar na sala com os seus amigos logo atrás.
Vinha a sorrir e com um brilho especial no olhar.
Quando o seu olhar cruzou o meu, o sorriso dele desapareceu.
Olhou para o outro lado da sala e seguiu até à sua mesa.
Esta reacção dele feriu o meu ser.
O meu sorriso desfez-se em lágrimas silenciosas.
E apenas pensei "Acorda!"

Acorda.
Abri rapidamente os olhos e fixei o tecto do meu quarto.
Foi um sonho. Apenas um sonho.
Mas este sonho teve significado.
Estar na minha antiga escola siginificou o quanto gostava de lá estar.
A M e o J significaram os amigos que não vejo há muito tempo e de quem morro de saudades.
A lista de turmas com o nome dele significa eu ter descoberto que ele este ano vai para a minha escola (mas não para a minha turma).
A capa e a toalha que me escondiam as roupas e o cabelo significam o desejo de me esconder dele.
A R no meio de tanta gente desconhecida significa as amizades que fiz na nova escola.
Não o querer encontrar significa o medo de ter uma recaída, voltar a apaixonar-me por ele e de mais uma vez ser rejeitada.
E os sorrisos significaram a força que procuro para enfrentar a vida.
No fundo, este sonho reflectiu os meus sentimentos.
Pode ter sido apenas um sonho, mas a realidade esteve bem presente.

Um beijo num sonho real,
H.N.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Um Tipo de Melhor Amigo

"Do you remember?"

"Lembraste do dia em que nos conhecemos?"
"Hum...por acaso lembro-me. Foi aquele dia no restaurante..."
"Não! Foi aquele dia na estação de comboios. Já te lembras?"
"Ah! Lembro! Já vivemos tantos momentos juntos..."
...

Foi assim que começou uma conversa entre mim e um amigo meu, que se prolongou por toda a noite.
Uma conversa onde pensámos, rimos, comentámos e acima de tudo, recordámos.
Quando ia de regresso a casa, pensei em cada frase desta conversa e sorri.
Sorri porque apercebi-me porque é que realmente somos amigos.
Ele pode não ser o amigo com quem desabafo, a quem dou abraços, no ombro do qual choro ou com quem partilho tudo.
E eu também não sou essa amiga dele.
Mas ele é o amigo com quem partilho o que me aconteceu durante a semana, com quem rio durante horas, com quem discuto por coisas inúteis, de quem me escondo quando choro, que me tenta animar apesar de fingir que não percebe a minha tristeza, que não me deixa sozinha, que passa as férias comigo, que vai comigo a qualquer lado, que me ouve a falar durante horas, que goza comigo de uma maneira querida, com quem partilho barracas, que é um autêntico idiota mas que é também um querido.
Não precisa de ser o amigo que sabe tudo sobre mim, que sabe os meus sonhos e ambições, que sabe as minhas tristezas e desilusões, que sabe o que gosto ou detesto, que me manda sms a dizer que me adora, que tenta não gozar comigo, que percebe como me sinto, que quer sair comigo, que me abraça, que festeja a minha felicidade comigo ou que chora a tristeza comigo.
Ele pode não ser assim mas não é por isso que não é um dos meus melhores amigos.
É por ele ser diferente e ser especial que o é.
É apenas um outro tipo de melhor amigo.

"Pássamos mesmo por muita coisa juntos... À quanto tempo nos conhecemos?"
"Uns 5 ou 6 anos..."
"Parece que é à mais tempo."
"Pois parece. E lembraste que quando (...)?"

Um beijo em cada recordação,
H.N.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

Desabafo

"I always feel like everything is wrong and I don't know where I belong..."

"Não sei o que lhe aconteceu, não consigo perceber"
Sempre que em minha casa se fala em escola esta frase é repetida pela minha família.
Como é que uma aluna que sempre se manteve no alto, agora cai no chão?
Eu explico.
Essa aluna, esse ser, essa pessoa sente-se perdida.
Para ela o início do último ano lectivo foi o fim de tudo o que ela mais adorava.
Entrou para um lugar novo, com novas pessoas, com novas regras, com novos métodos, com novas ambições, com novos desafios, com novos trabalhos.
Entrou num mundo novo.
Essa entrada foi tão repentina na sua vida que ela se perdeu e ainda não se encontrou.
Nesta nova vida ela teve de deixar muito da antiga vida para trás.
Deixou o melhor amigo.
Aquele que sempre a fazia rir, aquele que a abraçava em silêncio e a confortava, aquele que brigava com ela e por ela, aquele que partilhava com ela, aquele que sabia tudo sobre ela, aquele que ficava sentado ao lado dela em silêncio a olhar para o vazio, aquele em que ela confiava, aquele que esteve sempre para ela, aquele que ela adorava.
Deixou o rapaz por quem sempre esteve apaixonada.
Aquele que lhe alegrava o dia com um sorriso, aquele que tinha os olhos verdes em que ela se perdia, aquele que tinha a voz que a arrepiava, aquele que ela fazia corar sempre que lhe agarrava a mão, aquele que ela abraçava sem explicação, aquele que lhe dava inspiração, aquele que a fazia esquecer-se de tudo, aquele que lhe acelerava o coração, aquele que ela queria beijar mas nunca teve a coragem, aquele que tinha o reflexo dela no sue olhar, aquele que ela amava.
Deixou os amigos de vários momentos.
Aqueles que participavam em todas as brincadeiras, aqueles com que ela brigava mas no fundo gostava deles, aqueles que a ajudaram quando mais precisou, aqueles que ela ajudou quando dela precisavam, aqueles que estavam em silêncio a seu lado, aqueles que ela só cumprimentava, aqueles que riam e choravam com ela, aqueles que ela conhecia desde sempre, aqueles que ela não conhecia mas iria conhecer, aqueles que sempre estiveram na vida dela.
Deixou hábitos que mantinha há muito.
Aquele de esperar por alguém, aquele de ir a filmar o caminho todo, aquele em que ia a ouvir música, aquele em que ela sorria para todos, aquele em que ela sempre ia a correr de manhã, aquele de assustar as pessoas, aquele de dar voltas, aquele de se sentar no meio do campo de futebol, aquele de comprar gomas todas as sextas, aquele de esconder objectos, aquele de se meter com desconhecidos, aquele de pregar partidas nas aulas, aquele de ser rir como uma louca, aquele que ela sempre fazia todos os dias.
Agora são apenas recordações.
Recordações fechadas no baú que ela guarda no coração e que nunca irá esquecer.
E perder tudo o que ela tinha de um momento para o outro foi o fim para ela.
Perdeu a vontade.
A vontade que antes tinha para rir, a vontade que antes a fazia acordar a cantar, a vontade de socializar, a vontade de ajudar, a vontade de compreender, a vontade de realizar, vontade de estudar, a vontade de encontrar novas soluções, a vontade de enfrentar um novo dia.
Perdeu-se a si mesma.
E foi assim que a rapariga que estava no topo caíu no fundo.
Agora ela quer voltar a erguer-se, quer voltar a ter vontade, quer voltar a ter bons momentos para recordar, quer voltar a dizer "olhem para mim, esta sou EU e ESTOU VIVA!", quer voltar a enfrentar cada dia como um dia novo e diferente.
E é assim que ela se vai voltar a encontrar, para nunca mais se perder.

Um beijo que ela encontrou na alegria do seu ser,
H.N.






sábado, 30 de maio de 2009

Star Girl

"My Star Girl rules the sky"

Sempre que penso nela, vejo o céu polvilhado de estrelas.
Pequenos pontos brilhantes que na verdade são enormes e contrastam com o céu negro.
Tal como ela.
É apenas mais uma pessoa na multidão, mas é alguém que no interior guarda um enorme coração.
Foi ela que apareceu na minha vida e a encheu de cor.
O sorriso dela é como uma brisa suave que nos refresca a face quente no Verão.
É um sorriso tão puro, tão alegre, tão especial, tão dela.
O seu toque é como o de um bebé.
É suave e aconchegante, é um toque que transmite carinho directamente para o nosso coração.
O seu olhar é como o de uma criança traquina.
Sempre brilhante e vivo, sempre tão confiante e determinado, sempre tão companheiro dos meus passos.
A sua personalidade é única.
Consegue ser divertida e responsável, ralhar e sorrir, ajudar-me em todos os momentos, ouvir os meus inúmeros desabafos, secar-me as lágrimas tristes, fazer-me sorrir e rir como se fosse uma criança, fazer-me sentir eu e apenas eu.
É apenas uma pessoa, apenas um pontinho brilhante.
Mas é uma pessoa bastante especial e é um pontinho que brilha mais do que todos os outros juntos.
Ela é a minha estrela, ela é a minha Melhor Amiga!

Uma lambidela na tua bochecha,
H.N.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Sentimento

"Am I crazy or falling in love? Is it really just another crush?"

Hoje senti algo diferente.
Algo que me perseguiu.
Algo bom mas horrível.
Algo por ti.
Apareceste do nada e apenas reparei em ti quando o teu olhar encontrou o meu.
Desviaste o olhar tão rápido como uma flecha.
O meu coração bateu forte e por momentos pensei que tivesse parado.
Observei cada passo, cada gesto teu.
Desviei a atenção para as minhas mãos.
Tremiam e suavam frio.
Seria frio?
Não, muito pelo contrário.
O calor invadia o meu corpo como uma onda banha a areia fina.
Senti as faces arderem como uma chama.
Provavelmente estariam vermelhas como uma maçã.
Voltei a olhar para ti e esqueci.
Esqueci que à minha volta o tempo não parava.
Esqueci de como se respirava.
Esqueci de pensar.
O meu olhar focou-se em ti.
Tudo se tornou desfocado, apenas tu eras nítido.
O silêncio calou todas as vozes e sons, menos o do bater do meu coração.
Batia tão rápido e tão forte que tive medo que o ouvissem.
Que tu o ouvisses.
O chão deixou de ser firme e abanou levemente todo o meu corpo.
Eu tremia no exterior e no interior.
Fiquei segundos neste frenezim.
Segundos que pareceram uma eternidade.
Apenas tu, o som do meu coração, os nervos do meu corpo, e eu.
Fechei os olhos.
Precisava de guardar aquela sensação tão boa mas tão dolorosa.
Quando os voltei a abrir já não estavas lá.
O meu olhar não te encontrou, o meu coração voltou a cair no meu peito, os meus nervos evaporaram.
Voltei ao mundo real e a enfrentar a dura realidade.
Ser invadida por este sentimento desconhecido.
Um sentimento inexplicável que tu não sentes por mim.

Um beijo deste sentimento parado no tempo,
H.N.

sábado, 2 de maio de 2009

5 anos,6 meses, 3 dias

"And everything I feel for you I wrote down on one piece of paper,the one in your hand,you won't understand,how much it hurts to let you go..."

5 anos,6meses e 3 dias.
Será muito, será pouco?
É pouco quando o amor sentido é maior.

É muito quando esse amor nunca foi correspondido.
Lembro cada momento com exactidão.
Recordo as tuas palavras e o teu riso.
Vejo o teu olhar reflectido no céu.
Sinto-te no meu coração.
Mas há uma altura em que já chega.
Torna-se demais.
Amor demais, doloroso demais, sentir demais.
A solução?
Passar um pano embebido em lágrimas e sorrisos desfeitos.
Passar a borracha dos olhares e risos.
Passar os dedos e deixar um borrão na tinta das tuas palavras.
Esquecer.
Não é fácil mas é necessário.
Como?
Não sei, ninguém sabe e tu não podes ajudar.
Se pudesse regressar no tempo apenas mudava uma coisa.
Beijava-te.
Matava o meu desejo interior de 5 anos, matava esta dor que me fere o coração, matava estas saudades que me esmagam o corpo.
O tempo não recua, apenas avança.
E cada segundo que passa é mais um batimento sofrido do meu coração por ti.
Amo-te mais do que alguém possa imaginar mas não quero mais este amor.
É tão intenso, é tão viciante, é tão doloroso!
A corda já se encontra nas minhas mãos.
O amor mantém-se no meu coração.
Atei a corda a este amor e atirei-o ao mar.
Mas não consigo soltá-la.
A cada dia que passa irei deixá-la escorregar e levá-lo cada vez mais para o fundo.
Um dia a corda irá acabar e apenas irão restar memórias.
Memórias de ti.
Memórias do amor.
Memórias de um esquecimento.
Memórias de 5 anos, 6 meses e 3 dias.

Um beijo que se livrou da corda,
H.N.

segunda-feira, 6 de abril de 2009

As vozes...

"Don't waste your time on me you're already the voice inside my head..."

Todas as noites é a mesma coisa.
Todas as noites a cena se repete.
Enroscada no quentinho dos meus lençóis, o sono começa a chegar.
Mas mesmo antes de ele se apoderar de mim e me transportar para outro mundo, vêm as vozes.
Milhões de vozes ecoam na minha cabeça ao mesmo tempo.
Milhões de sons se misturam com elas.
Viro-me de um lado para o outro tentando afastá-las de mim.
É em vão.
Encaro o escuro do meu quarto e oiço-as.
Risos partilhados, choros escondidos, gritos inaudíveis, conversas enterradas na areia, conselhos e avisos ignorados, segredos sussurrados ao vento, pensamentos imortais, palavras carinhosas que permanecem no coração, vozes distantes e imperceptíveis, vozes desconhecidas, a minha voz.
Apetece-me gritar mas no silêncio da noite não posso.
Fecho os olhos e agarro os lençóis com força.
As vozes vão ficando cada vez mais intensas.
No meio de tantas vozes distingo uma que me chama.
Todas as noites, no meio de todas as loucas vozes, há sempre uma que me chama.
Todas as noites é alguém diferente.
E todas as noites sei quem é.
Abro os olhos e olho para o tecto.
Levo as mãos ao peito e sinto o bater do meu coração.
Preciso de saber que ainda estou viva.
Bate fortemente, prestes a explodir.
Fecho os olhos e começo a murmurar a minha música preferida.
Sinto o meu coração voltar ao seu batimento normal, a calma começa a instalar-se no meu corpo, as vozes distanciam-se.
Chego ao fim da música.
Está tudo calmo.
Apetece-me chorar mas contenho o choro.
Adormeço sentindo o bater do meu coração e uma lágrima fugitiva cair-me pelo rosto.
Adormeço ouvindo apenas uma voz.
A voz que me guia.
A voz do meu coração.

Um beijo dado no silêncio da noite,

H.N.

segunda-feira, 30 de março de 2009

Sonhos (Im)Perfeitos

"I have a dream..."

A realidade não é perfeita, mas os sonhos podem ser.
O nosso inconsciente mistura os nossos desejos actuais com os desejos antigos, adiciona-lhes a nossa personalidade e sentimentos, leva ao forno durante o sono e voilá!
Obtemos um sonho quase perfeito.
Sim, quase perfeito, porque nem os sonhos são perfeitos.
E então sonhamos.
O rapaz que amamos finalmente apercebe-se que nos ama e dá-nos um daqueles beijos de filme (podemos até jurar que sentimos os arrepios e os seus lábios!); os nossos amigos estão todos juntos a nós a rir, com a felicidade estampada no rosto; o nosso clube de futebol ganha um jogo importante; amigos imaginários tornam-se bem reais; os nossos doces preferidos vendem-se em todas as lojas; as pessoas dão-nos atenção e compreendem-nos; a vida parece perfeita.
Mas é aí que batemos com a cabeça no móvel e acordamos.
Olhamos em volta e o rapaz não está lá pronto para mais um beijo de tirar o folêgo; os amigos têm a sua vida igualmente imperfeita; o nosso clube até jogou bem mas a vitória escapou; os amigos imaginários continuam tão invisíveis como antes; os nossos doces preferidos são sempre os mais difíceis de encontrar; as pessoas continuam a viver as suas vidas tentanto ser compreendidas; a nossa vida parece perfeita de tão imperfeita.
E pensamos: "porque não pode ser como no sonho?"

E simplesmente compreendemos que a vida só é perfeita com as suas imperfeições.
Então para que servem os sonhos?
Para nos dizerem que podia ter sido assim, que a vida podia ser diferente, que podemos fazer perfeição da imperfeição, que não é tarde demais.

Um beijo tão perfeito de imperfeito, de tão sonhado que é.



H.N.

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Espero

"Memory Lane,we're here again,back to the days,and I'll remember you always. So much has changed,now it feels like yesterday I went away."

espero.
Espero por sair de casa de manhã e encontrar-te na rua à minha espera.
Espero por ver o teu ar ensonado todas as manhãs.
Espero pelo teu riso idiota.
Espero pelas nossas brigas em que eu sempre amuava.
Espero pelos lugares guardados no autocarro.
Espero por trocarmos de cartões.
Espero pelos teus abraços que sempre me confortavam.
Espero por ti sentada a um canto enquanto choro e só tu me encontras.
Espero pelos segredos que trocávamos e confiávamos.
Espero pelos insultos que mandava-mos um ao outro.
Espero por aqueles jogos de "futebol".
Espero pelas pedras que atiravas aos vidros.
Espero as vezes em que te iam levar ao director e eu dava sempre a volta para não te levarem.
Espero pelo teu olhar enquanto eu fazia as minhas parvoíces.
Espero pelas manhãs em que te ajeitava o cabelo.
Espero pelos doces que me davas.
Espero pelo teu olhar de cachorrinho abandonado quando eu ia ter com o ursinho.
Espero pelo teu sorriso sempre estampado na tua face.
Espero pelas grandes pancadas que partilhavamos.
Espero pelas tuas palavras de conforto quando estou em baixo.
Espero por os dias em que ias falar com o ursinho sobre mim.
Espero pelos bilhetes com corações que me mandavas.
Espero pelos nossos planos completamente sem nexo.
Espero que saibas que me preocupo contigo a todo o momento.
Espero que te lembres do dia em que nos conhecemos.
Espero que te lembres do dia em que nos despedimos.
Espero que saibas que todas as noites choro por tua causa.
Espero que saibas que morro de saudades tuas.
Espero que saibas que foste e és um dos meus melhores amigos.
Espero que voltemos a estar juntos.
Espero que nunca te esqueças de mim nem dos nossos momentos.
Espero que não estejas a sofrer tanto quanto eu, pois nunca te quero ver a sofrer.
Espero que também esperes por tudo isto.
Espero que não tenha que esperar muito mais.
Espero que saibas que te adoro.
Simplesmento espero.
Nada mais me resta a não ser esperar pelo o que irá acontecer.

Ó meu querido (ah ah ah odeias que te chame assim!) sinto tanto a tua falta!
Queria tanto um abraço teu!
Meu "irmão" parvinho!
Adoro-te!

Este foi para ti.

Beijinhos que não podem esperar,
H.N.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Ser Humano

"I won't tell nobody,but I won't live like a prisoner. Nothing has to be so perfect,can you tell me was it worth it?"
Por vezes detesto ser humana.
Detesto ter de sentir várias emoções ao mesmo tempo, detesto pensar em coisas que me atormentam, detesto descobrir que nada é o que parece, detesto sentir dor tanto no corpo como na alma,detesto ver uns com tanto e outros com tão pouco, detesto assistir a humilhações, detesto ter de pisar o mesmo mundo que esses cínicos e convencidos, detesto sentir-me perdida quando sei exactamente onde estou, detesto querer fugir e não poder, detesto ter de esconder os meus sentimentos por trás de um sorriso, detesto não conseguir desaparecer,detesto não saber,detesto detestar.
E o que me faz detestar tanto este mundo?
Sinceramente não sei.
Talvez seja por ninguém tentar perceber como me sinto.
Talvez seja por não ter a apz que procuro.
Talvez seja não poder estar com quem mais quero.
Talvez seja ver a felicidade de uns a crescer enquanto a tristeza de outros se torna cada vez mais negra.
Talvez seja todas as vozes dentro da minha cabeça, que não sabem o que fazer.
Talvez seja a minha bússola interior que se encontra avariada.
Talvez seja por esconder tudo o que sinto por trás dos sorrisos sinistros e dos risos sonoros.
Talvez seja a falta de algo ou de alguém.
Talvez seja tudo isso...e muito mais.
Porque temos que enfrentar tanta coisa ao mesmo tempo?
Porque não existem momentos em que tudo é simplesmente perfeito?
A vida é tão curta e tão difícil e nunca conseguimos fazer tudo aquilo que realmente desejamos.
Apesar de nos considerarmos livres somos sempre prisioneiros.
Prisioneiros de nós próprios.
Não podemos deixar a nossa alma correr por uma estrada deserta em direcção ao pôr-do-sol nem a podemos deixar voar nas asas de um colibri.
Só a nossa imaginação e sonhos o podem fazer.
A nossa liberdade está condicionada por nós próprios.
Somos nós que a definimos e condicionamos-a sempre.
Podemos dizer que somos totalmente livres mas na verdade não o somos, pois se o fossemos já teríamos concretizado todos os nossos devaneios mentais.
Somos seres humanos e por isso temos de sofrer.
Nascemos para isso.
Nascemos para lutar pela nossa felicidade que parece sempre tardar em chegar.
Ou será que ela já está presente há muito tempo e nós apenas não a vemos?
Um beijo livre até chegar a vós,
H.N.

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Memórias de um filme

"All of my memories keep you near,in silent moments,imagine you'd be here.
All of my memories keep you near,in silent whispers, silent tears."

Tenho sido assombrada por memórias.
Memórias dos simples dias que passaram mas que sempre tinham algo de especial por mais pequeno que fosse.
Memórias sobre ele.
As viagens no autocarro são as cenas de comédia romântica de um filme para ver numa tarde de Inverno em frente à lareira.
As minhas mãos geladas provocando arrepios nas mãos quentes dele; os sorrisos que trocavamos sem sabermos bem por quê; o silêncio dos olhares que faziam o coração bater desalmadamente; as conversas sem sentido para a cabeça mas com sentido para o coração; os toques suaves e leves que trocávamos; as despedidas que o faziam rir mesmo quando já estava na rua; a forma querida com que conseguia acabar com as piadas dos seus amigos sobre nós; apenas esses simples momentos que para sempre guardo no coração.
As cenas de acção ficavam-se pela escola.
As fotos que lhe tirava discretamente; as vezes que lhe levei a mochila e escondia-me enquanto ele me procurava por todo o lado; aparecer ao lado dele com a camisola dele vestida e ele ver o sorriso surpreso dele; dar-lhe um abraço que o deixava completamente vermelho e ir-me embora como se nada fosse; chatea-lo e provoca-lo com tudo e nada; viver cada dia com algo partilhado com ele.
Mas como em todos os filmes, há sempre o drama.
O último dia de aulas daquele ano passa vezes em conta na minha cabeça.
Não consigo tirar a imagem dele a passar por mim sem sequer olhar para trás; não consigo parar de ouvir as palavras ditas pelo amigo: "destino, é o destino"; não consigo acabar com a sensação de ir a correr com os olhos cheios de lágrimas e ser agarrada e abraçada por quem sempre esteve a meu lado; não consigo evitar sentir um nó na garganta e as lágrimas a cairem-me pela face; não consigo afastar o meu pensamento dele.
São as memórias do dia em que o meu coração se partiu em infinitos pedaços.
O tempo passou mas o vento nada levou.
Os meus sentimentos por ele continuam.
As saudades são uma dor terrível mas que suporto todos os dias.
Guardo a esperança de que um dia voltaremos a estar juntos.
A vida não é fácil e o amor segue-lhe os passos.
São memórias difíceis de apagar e que sempre vou guardar.

H.N.


terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Mentira

"It's a beautiful lie,it's the perfect denial,such a beautiful lie to believe in,so beautiful..."
Ocultar a verdade, é o que muitos lhe chamam.
Proteger alguém, dizem outros.
Não contar tudo, outros inocentemente dizem.
Mentir, só dizem os mais corajosos.
A mentira que começa por ser inocente torna-se num monstro da vida de vários, pois a mentira pode entrar na vida de muitos em pouco tempo.
Porque contamos mentiras?
Até as mesmo as mais inocentes?
Medo, orgulho, frustração, humilhação, protecção, falta de coragem?
Ou todos estes motivos e muitos mais?
Não conseguimos evitar mentir em certas situações.
Nem sequer conseguimos passar um dia sem mentir.
Alteramos um pouco acontecimentos, contamos as coisas como elas não foram, enganamos alguém para ganharmos algo, dizemos coisas que não sentimos para nos livrarmos de algumas pessoas, mentimos por mentir.
Faz parte de nós.
Nasce connosco, cresce connosco e morre connosco.
Mas e quando descobrem as mentiras, até as mais inocentes?
Há quem perdoe, há quem fique magoado, há quem corte relações, há quem grite connosco mas acabe por nos perdoar, há quem nunca mais nos queira ver.
A mentira acaba sempre por nos magoar também a nós.
Outra questão que se impõe é:
Será que a vida é também uma grande mentira?
A maior de todas?
Vejamos: não temos a certeza de onde viemos nem do que fazemos aqui, não sabemos o que é real ou irreal, não temos conhecimento de se somos os únicos num Universo tão grande, nem compreendemos porque algumas coisas são da maneira que são.
Há imensas coisas que não sabemos e que talvez nunca venhamos a descobrir.
Tudo isto pode ser uma mentira.
Uma bela mentira.
Quantas coisas os "grandes senhores do Mundo" já nos ocultaram?
Quantas mais nos irão ocultar?
Mas um Mundo sem mentiras seria como um filme sem enredo.
Seria um Mundo onde todas as verdades eram ditas.
Verdades que não deviam ser descobertas, verdades que há muito deviam ser ouvidas, verdades que iriam magoar.
Porque apesar de todo o mal que a mentira carrega, há mentiras que são ditas por bem.

Beijo verdadeiro no meio
deste Mundo mentiroso,
H.N

sábado, 24 de janeiro de 2009

Segredos - os bichinhos

"I'll keep you my dirty little secret, don't tell anyone or you'll be just another regret, hope that you can keep it..."

O que é guardar um segredo?
É contar algo a uma pessoa e pedir-lhe para não contar a ninguém?
É contar algo a 2 ou 3 pessoas e pedir que não contem a ninguém?
É contar algo a amigos e conhecidos e pedir-lhes para não contarem a ninguém?
Ou é algo que não contamos a ninguém e guardamos só para nós?
Segredos todos temos.
Contá-los a alguém, poucos o fazem.
Guardá-los ninguém consegue.
O segredo é um bichinho dentro de nós.
Um bichinho tímido que não quer conhecer ningué,.
E nós cuidamos dele.
Alimentamos-o com os nossos receios, dúvidas, alegrias, tristezas, emoções e sentimentos de todos os tipos.
Criamos-o durante dias, semanas, meses e até anos.
Mas há sempre um dia em que esse bichinho chamado segredo quer tornar-se livre e sair de nós.
Então aí começa a comichão.
Uma comichão interior que primeiro tentamos coçar para evitar que o segredo escape, mas, depois, quando se começam a notar as marcas e as feridas de tanto coçar desistimos e deixa-mos o segredo fugir e ir refugiar-se num novo ser, numa nova pessoa.
Apesar de o segredo não ser dessa pessoa, tudo começa de novo. Todo o crescimento, desenvolvimento, comichão e fuga se repetem.
E o segredo deixa de o ser.
Passa a ser mais uma coisa que aconteceu na vida de alguém e deixa de ter a importância que tinha quando ainda era um segredo.
É inevitável.
Nasce, cresce, vive e morre.
Tal como um bichinho.
E nós estamos recheados desses bichinhos; recheados de segredos.
Segredos: começam no que são, alimentam-se de nós, transmitem-se, alimentam-se dos outros, deixam de o ser e, finalmente, morrem.
Segredos, os nossos bichinhos interiores.
E agora pergunto-me: afinal para que servem?

Um beijo segredado ao teu ouvido,
H.N.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Sentir

"The Only Way That I Know How To Feel..."

Preciso de sentir.
Sentir afecto e carinho.
Não importa de quem, só quero sentir.
Um simples toque na face, um abraço, uma cabeça encostada no ombro, uma mão pousada nas pernas, um braço à volta do pescoço, uma mão a sentir a suavidade dos cabelos, uma cabeça deitada no colo.
Simples toques que fazem uma grande diferença.
Simples toques que nos alteram o dia e o humor.
Simples toques que nos fazem sorrir.
Simples toques que nos deixam surpresos.
Simples toques que nos fazem sentir.
Sentir conforto, carinho, afecto, amizade, um sentimento maior, um simples gostar, arrepios que nos percorrem o corpo, um calor interior que nos faz corar.
Apenas sentir tudo num só momento, num só toque.
O toque que necessitamos, o toque essencial, o toque que nos altera, o toque que nos faz sentir, o toque que nos faz viver.

Um toque nas tuas bochechas suaves,
H.N.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Perder...

"We're meant to lose the people we love.
How else we know how important they are to us?"

Será que já perdi alguém?
Quem são as pessoas que perdemos?
São as que morrem?
São as que nos abandonam?
São as que abandonamos?
São as que continuam junto a nós mas que já não são as mesmas connosco?
São aquelas que nunca tivemos mas sentimos que sim?
Quem são?
Mas a dúvida é: será que o perdi?
Não se pode perder algo que nunca se teve.
Eu nunca o tive, mas sentia que sim.
Sentia que ele era meu, que mais ninguém o poderia ter.
Mas a verdade é que não era meu.
Então, será que o perdi mesmo?
Não sei o que é perder, mas tenho medo de um dia perder alguém porque sei que vai ser doloroso.
Mas se não sei o que é perder, como posso saber que é doloroso?
Isso leva-me novamente à questão:
será que já perdi alguém?
Se sim: quem foi e porquê?
Se não: porque sinto que sim?

Beijo perdido no ar,
H.N.

Saudades

Querido Tu,

Não sei bem quem és, ou o que és, mas sinto que me podes ajudar e que me vais ouvir e tentar compreender.
Deve ser por ser adolescente que tenho tantas dúvidas e conflitos na minha cabeça. É horrível!
A escola é detestável. Detesto aquilo!
Já nada é igual, nem eu sei se contínuo a mesma.
É só trabalho, estudo, trabalho, estudo e não se vê resultado nenhum.
Mas por muito que custe tenho de tentar.
Pela 1ª vez acho que não estou apaixonada, apesar de ainda sentir algo por alguém muito especial, já não sei se é amor.
Tenho tantas saudades dele. Quando penso nele, quando passo por ele de manhã no carro, quando ele entra no MSN, quando vejo fotos, quando relembro momentos que passámos juntos, sinto um aperto tão grande no coração que sinto que vai parar.
Mas tenho de me mentalizar que acabou. Tudo o que acontecia antes acabou e não vai voltar.
E o amor que senti por ele durante mais de 3 anos, se ainda não acabou, vai ter que acabar.
Mas não sou assim tão forte e só me apetece correr para ir ter com ele, abraça-lo e dizer-lhe o quanto gosto dele e as saudades que tenho.
Habituei-me a gostar dele e já não sei como parar. Já nem sei o que é sentir amor por alguém, tenho os sentimentos e as emoções todos baralhados.
Como é amar alguém de novo?
Como é ser amado por alguém?
Como é quando ambos nos amamos?
Como é sentir isso?
Ainda não sei, não sei se irei descobrir assim tão rapidamente.
Por enquanto fico na dúvida se amar e ser amado é possível ou se é tudo uma grande fachada.
Nunca cheguei a ter certezas de se o ursinho (vou referir-me assim ao tal rapaz) gostou de mim.
Desconfio que sim pois ele dava sinais disso. Mas gostava que ele me tivesse dado certezas.
Será que algum dia "isto" me irá passar?
Mas quando?
Não aguento mais estas saudades e pensamentos confusos.
Saudades,a 7ª palavra mais difícil de traduzir e que só existe na Língua Portuguesa.
Saudades, o que tenho sentido descontroladamente.

Beijo com uma lagrima de saudade,
H.N.