sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Deixar...

"Elle a dû faire toutes les guerres, de la vie, de l'amour aussi."

Uma rapariga inocente abraçada a um homem não tão inocente.
Os seus lábios tocam-se, as suas mãos percorrem caminhos, os seus corpos procuram-se.
Ela quer sentir o calor do amor, o calor que ele emana, o calor que a faz ofegar.
Procura-o naquele homem, dono de si, conhecedor dos caminhos do calor.
Procura amor nos braços do homem que ela ama.
E, assim, deixa que aconteça.
Deixa-o entrar em casa.
Deixa que a guie até ao quarto.
Deixa que o luar ilumine a cena.
Deixa que ele a coloque na cama.
Deixa que ele a olhe com desejo. Deixa que as suas mãos o puxem para junto dela.
Deixa que os dedos percorram recantos ocultos.
Deixa que as roupas pairem no ar até pousarem no chão.
Deixa que os lábios beijem ferozmente.
Deixa que invada o seu corpo e o seu ser.
Deixa que ele a olhe com ternura.
Deixa que se tornem um só.
Lado a lado, suspiram versos de amor.
Juras de um amor que julgam eterno.
E, então, ela deixa que ele vá.
Deixa que ele saia do quarto iluminado pelo luar.
Segue-o, procura-o.
E lá está ele.
Sentado junto da porta da saída, à espera de soluções.
E lá está ela.
Parada junto da porta da saída, à espera de respostas.
Mais uma vez, lado a lado.
Quem sairá primeiro pela porta?
Quem irá aguentar?
Ele? Ela? Os dois?
Nenhum...

2 comentários :

  1. Adorei :) Não sei se devia dizê-lo aqui até porque não costumo escrever ou comentar em blogs, mas identifiquei-me bastante com o teu texto. Vê-se que é sentido. Continua ;)

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  2. Adorei..por momentos parecia que era eu que estava a viver aquela história! Continua, tens um grande talento!

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