Um último retoque no cabelo ondulado, na face rosada pelo calor do vapor do banho acabado de tomar, nos lábios carnudos brilhantes devido ao gloss.
Oiço a porta da entrada abrir e a tua voz soltar um simpático "Boa Noite".
Um último olhar ao espelho, à minha imagem reflectida e ao sorriso confiante que se forma nos meus lábios.
Imperfeitamente perfeita.
Abro a porta e o meus olhos encontram os teus.
Caminho nos meus saltos altos até à sala, onde estás, e lanço o "Boa Noite" mais doce que consigo.
Sinto todos os olhares pousados em mim e um ligeiro calor nas bochechas.
Todos me respondem excepto tu, que continuas com o olhar preso em mim.
Sento-me e fico a olhar nos teus olhos que continuam a deslizar pelas minhas pernas.
Quando o teu olhar choca com o meu tentas disfarçar mas, já de nada te serve.
No teu olhar apenas vejo uma coisa.
Desejo.
Um desejo incandescente de que te queres libertar.
Preparamo-nos para sair.
Tu nem esperas que me levante e sais rapidamente para a rua.
Talvez o ar frio da noite te arrefeça as ideias.
Um pouco mais atrás chego eu e começamos a caminhar pelas ruas como dois completos desconhecidos.
Evitas olhar para mim.
A brisa nocturna refrescou-te mesmo.
No entanto, foi por pouco tempo.
O brilho das luzes, o calor dos corpos bronzeados, a mistura de vozes e idiomas e a falta da brisa actuam no teu corpo e na tua mente.
Sinto de novo o teu olhar pairar sobre a minha silhueta.
E lá está ele outra vez.
O desejo.
Aquele desejo que querias esquecer estava agora espelhado no teu olhar e percorria o meu corpo sem algum tipo de culpa.
Percorria as ondas douradas do meu cabelo; acariciava a minha face jovial; provocava-me os lábios brilhantes e sedentos por um beijo; descia pelo meu pescoço perfumado até cair no meu peito; agarrava a minha cintura como quem agarra a vida; e deslizava pelas minhas pernas como a mais pura e fina seda.
E queimava.
O teu desejo queimava o meu corpo, de tão ardente que era.
Mas eu não me importava pois, no meu interior o desejo que ardia por ti igualava o teu.
Eu era uma chama em movimento.
Tu eras a labareda que me impedia de apagar.
E foi naquela noite de céu negro, em que uma chuva de estrelas passava sobre nós, que sorrimos um para o outro.
Um simples sorriso de desejo que ateou o fogo.
Eu desejava-te.
Tu desejavas-me.
Nós desejavamo-nos.
H.N.
Texto explicito e intenso... Gostei =D
ResponderEliminarEspero poder vir a ler mais textos como estes da sua autoria..
Bjinhos
Podia estar melhor, se não fossem tantos pontos finais.
ResponderEliminarFalta poder de narrativa e descrição, mas a base é boa.
Continua.
Gostei imenso! ;)
ResponderEliminarGostei da forma como descreveste a situação e conseguia-se imaginar perfeitamente, na minha opinião, é disso que se fazem os grandes escritores - conseguirem fazer com que o leitor imagine perfeitamente uma situação descrita ainda que possa não ser igual à de quem a descreveu. Está muito bem este texto. :)
Os pontos finais, as descrições, tudo tal como está. É um texto lindo e desperta emoções ao leitor que fica, sem dúvida, preso à narrativa. Escreves com a alma, mate. adoro-o.
ResponderEliminarBeijinho grande.