"You're my safest place to hide"
Abri os olhos devagar.
Os primeiros raios de sol da
manhã entravam timidamente pela janela.
Devo ter-me esquecido de a
fechar, depois do que aconteceu na noite anterior.
O que se passou ao certo?
Desculpa, mas não sei explicar.
Foi medo, foi pânico, foi a
loucura que se instalou na minha cabeça.
Viste-me chorar e gritar e
sentiste-te impotente por não saberes como ajudar.
E sei que tiveste medo.
Tiveste medo que fosse aquele o
momento final.
O momento em que, com lágrimas
nos olhos, eu te iria dizer que foi um erro voltarmos a tentar e que, afinal,
não era amor.
Mas, apesar das emoções que te
assolavam a alma, não me abandonaste.
Secaste as minhas lágrimas,
beijaste o meu rosto, levaste o meu corpo para a cama e abraçaste o meu ser.
Ficaste sempre ao meu lado, sem
saber o que nos reservava o amanhã.
Acordei.
O sol entrava pela janela,
beijava as cortinas alaranjadas e conferia uma aura de magia ao quarto.
A calma reinava e a tempestade
que me devastou tinha-se extinguido.
Lembrei-me da noite anterior.
E agora?
O que é que eu queria?
Amava-te ou não te amava?
Respirei fundo e virei-me.
Ao meu lado, dormias
profundamente.
Na tua face a calma do sono
misturava-se com o cansaço que a tua mente sentia.
Olhei bem para ti.
Lindo, pacífico, forte.
E sorri.
Senti o meu coração bater como as
asas de um colibri em busca do néctar.
Senti uma incontrolável vontade
de te abraçar como o mar abraça a areia.
Senti desejo de te beijar como a
terra beija o céu.
Senti que a minha vida só fazia
sentido se tu estivesses sempre ali, ao meu lado.
Senti amor.
E foi aí que eu percebi tudo.
Eu amava-te.
Eu amo-te.
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