sexta-feira, 26 de julho de 2019

(Não) Vou

"Até um dia amor adeus 
Até ao dia em que nos teus braços falte eu..."

Vou-me embora.
Não sei se te vais importar.
Nem sequer se vais notar.
Sinto-me presa, a criar raízes que não me deixam dar um passo.
Eu não sou árvore.
Sou animal selvagem.
Preciso de fugir.
Correr, ver, despir, sentir, viver.
Preciso de ir.
Mas tu não deixas.
Não mostras o que sentes.
Não mostras se te importas.
Mas eu sei que não me deixas ir.
Porque se eu for, deixo de estar sozinha.
E o solitário passas a ser tu.
Então abraças-me.
Dizes palavras que acalmam a mente.
Mas não o coração.
Continuo a precisar de ser livre.
Vem comigo.
Cortamos as raízes.
Saímos da jaula.
Seremos livres juntos.
Mas tu não queres.
Deixaste-te domar.
É mais fácil viver assim.
Com hábitos e rotinas.
Eu preciso de sentir a vida em mim.
Soltar o animal que me habita. 
E agora?
Vens?
Vamos?
Ou vou?
Apenas espero.
Por ti.
Por coragem.
Ou por mim.


trap

2 comentários :

  1. Um texto diferente do habitual por aqui. Mais sentimental, em jeito de despedida. Espero que não seja pessoal e que não estejas numa espiral negativa. É preciso que estejas bem porque quando estás bem a tua escrita é bonita =)

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    1. Na verdade, este texto é o habitual neste blog. Talvez, um regresso às origens.
      Cumprimentos :)

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